sexta-feira, 28 de setembro de 2012

FREUD ALÉM DA ALMA

  O Filme “Freud além da alma” retrata os estudos psíquicos do pai da psicanálise, Sigmund Freud, médico neurologista, da cidade de Viena em 1886. O longa-metragem dirigido por John Huston demonstra as várias fases da vida de Freud, e suas observações, estudos e tratamentos de pacientes com histeria e neuroses, através de vários métodos de análises, tal como a catarse hipnótica, estudada por vários colegas como Charcot, Breuer, vindo a originar a associação livre, com Freud. Após, algumas tentativas de hipnose mal sucedidas por motivo de alguns pacientes não se deixarem hipnotizar.
 
  O filme inicia com Freud encontrando oposição em tratar de uma paciente com neurose de histeria, em um hospital, sob direção de Meynert, que não acreditava nos sintomas de histeria e imagina que os mesmos se tratavam de mentira, para fugir das responsabilidades e da realidade. Com isso, Freud se afasta de Meynert e procura observar a doutrina de Charcot, em relação à histeria sob o método da hipnose. O que lhe deixou enlevado e constrangido, quando de volta de Paris, em Viena ao relatar as informações para a sociedade médica, sobre histeria, os pensamentos inconscientes, e os traumas de infâncias, Freud foi ironizado pela classe médica.
 
  Assim, associa-se a Breuer, nas suas pesquisas, sobre as origens dos fenômenos histéricos, chegando aos traumas, as neuroses e interpretação dos sonhos. Em um de seus diálogos com Breuer, Freud percebe que na teoria de Charcot que a mente não se dividia. Simplesmente ocultava o trauma da consciência, deixava as lembranças inconscientes e as emoções são descarregadas fisicamente. Freud formulou a Teoria das neuroses, baseado em todos os casos já tratados e nas auto-análises, concluindo que todos os traumas estão ligados à sexualidade. O que vem a descobrir após, um sonho o seu complexo de Édipo e tentar desvendar o que estava encoberto em relação a seu pai, percebendo assim, que as neuroses podem surgir desde a infância.
 
  Freud continua tratando da paciente Anna O., que fora antes de Breuer. Abolindo o método hipnótico por opção da própria paciente, Freud a leva a muitas lembranças através da livre associação, em estado plenamente consciente. A paciente Anna O., fala de seus sonhos e fatos da sua vida, e Freud desvendando, certifica-se que pode chegar ao inconsciente mesmo com o paciente em estado consciente. Assim, durante a sessão de Anna O., confessa ter sido molestada pelo pai e para silenciar com relação a esse fato ganha uma boneca de presente. Porém, Freud passa a desconfiar do relato da paciente quando percebe que esta ainda a guarda com muito carinho, o que, na verdade, deveria ter sido rejeitada por fazer referência ao ato traumático. Percebe-se que a paciente cria uma relação de transferência entre seu terapeuta Dr. Breuer, e por tal motivo não se deixa hipnotizar, e a posição recalcadora com seu sistema objetal (boneca) que deveria ser de angustia é de prazer.
 
  Então, após estudos do caso Cecily, volta a pensar em sua infância para tentar fazer uma ligação ao que causou o surto em frente ao cemitério, na época do enterro de seu pai. Com isso, tem um sonho onde vê a figura da sua mãe que o deixou sozinho para ir dormir com seu pai. Sentiu ciúmes porque queria a mãe ali e não com o pai, assim veio a culpa por achar que desonrou seu pai.
 
  Após alguns diagnóstico de estudos Freud pensa em desistir, mas sua esposa o incentiva relendo uma de suas agendas, que dizia: "O progresso é como andar, consegue-se perdendo e ganhando equilíbrio. É uma série de erros... De erro em erro acaba-se descobrindo a verdade".
  Freud lembra que havia escrito uma vez: "...o falso é às vezes a verdade de cabeça para baixo". Descobre que no universo da fantasia pode estar a realidade. Quando a sua paciente Anna dizia que o pai havia molestado, na verdade ela é que queria possuir seu próprio pai. Uma fantasia transportada para a fase adulta, que não sendo trabalhada, tornou-se um recalque. Freud muda sua teoria, chegando a conclusão que a criança também tem seus instintos sexuais desde quando nasce, suprindo suas necessidades alimentares com o leite materno e satisfação de sua sexualidade em sugar o seio da "mãe". Sua mãe ou quem cumpre essa função, é seu primeiro objeto de desejo.
 
  Freud após estudos resolve publicar suas análises da sexualidade infantil e levar seus conhecimentos aos colegas do Conselho de Neurologia e Psiquiatria de Viena. O que foi rejeitado por Breuer que o tomando como filho, o proíbe. Freud resiste dizendo: "chega uma hora que se deve renunciar a todos os pais e ficar de pé sozinho". Em palestra no "Conselho de Neurologia e Psiquiatria de Viena", Freud começa frisando como na "Idade da Inocência" a criança não tem consciência sexual, porém começa falar sobre a fase oral.
 
  Os médicos começam a se retirar aos poucos, mas Freud continua a falar dos desejos da criança, da concorrência entre os pais, cita Édipo e que cada ser humano tem esse desafio, de se confrontar com o seu complexo e de superá-lo. Se conseguir superar se torna um ser humano completo, se não se tornará um neurótico. Quando um dos médicos do conselho levanta-se e pergunta ao Dr. Breuer se ele concorda com Dr Freud, Breuer defende o amigo, dizendo que Freud é um dos melhores, no meio médico para esses assuntos, mas que jamais poderia concordar com a teoria da "Sexualidade Infantil".
 
  Já no final do filme, Freud caminha lentamente, consegue ultrapassar o muro do cemitério, chegando até a lápide de seu pai. Assim, termina o filme com uma mensagem e uma pergunta que fora escrita no templo de Delfos, mais de 2000 anos atrás: "CONHEÇA A SI PRÓPRIO".
  "Contra o mais velho rival do homem o orgulho.
  É o início da sabedoria. É uma esperança de vitória.
  Este conhecimento está agora ao nosso alcance.
  Será que o usaremos? Espero que sim". A psicanálise revelou o inconsciente do homem e como ela o iluminou...Sigmund Freud revelou outra parte da nossa mente - O funcionamento em segredo - que pode até mesmo controlar nossas vidas.


PSICANÁLISE

  A história da Psicanálise é na realidade um relato sobre como grandes pesquisadores, filósofos, sociólogos e principalmente médicos da Europa chegaram à descoberta do inconsciente humano.
  Ninguém jamais viu o inconsciente, mas sabe-se que existe.
  Este artigo faz um pequeno relato daquele personagem que com suas pesquisas e forte desempenho contribuiu com a descoberta que marcou época e deu ao homem a oportunidade de se descobrir com seus conflitos internos.
  Este cientista, Sigmund Freud, seguido de outros grandes nomes que o sucederam, descobriram que todos nós temos um inconsciente que governa nossa respiração, nossa digestão, as batidas do nosso coração e é principalmente o repositório de nossas mais secretas e revoltadas lembranças.
  Essa descoberta do inconsciente nos proporcionou que o conhecimento de nossas frustrações denominado de lixo abissal, que é depositado em uma área desconhecida, pode nos tirar da mais profunda angústia e nos levar a encontrar o equilíbrio.
  Sabemos então que se deixarmos que o inconsciente se transtorne, o resultado poderá ser a destruição. Seja de maneira lenta ou acelerada, através da depressão, do mal físico, do alcoolismo, da gula, do desejo ou até de crimes violentos.
  Freud então, chamado e reconhecido como o pai da Psicanálise, ao criar esta Ciência, possibilitou ao homem, libertar estas turbulências emocionais que o atormentavam e acarretavam erros prejudiciais, causando, portanto um sofrimento quase que indescritível.
  O que é então a Psicanálise? É, portanto a Ciência da compreensão da mente e que nos ensina a tomar conhecimento das impressões inconscientes e que assim o homem aprende a liberar as emoções aprisionadas, abandonando as ilusões que um dia serviram a certo propósito, mas que depois só causaram infelicidade e dor.
  Ao contrário da Psicologia que é uma ciência voltada aos fenômenos observáveis da conduta humana e ao contrário também da Psiquiatria que trata das moléstias mentais graves, ou seja, os distúrbios de conduta, chamados de cérebro em degeneração, no caso, as psicoses, a Psicanálise se preocupa em compreender os distúrbios incomuns que se encontram bem escondidos por trás de cada mente. A diferença na Psicanálise é que para ser tratado, o indivíduo tem que querer fazê-lo.
  Sem este querer, não se submeterá nunca ao tratamento psicanalítico. Não se prontificará ao trabalho da livre associação tão necessária à psicanálise.
  A Psicanálise serve para as pessoas que buscam um equilíbrio interno e que não se contentam de existir num desespero, mas acreditam existir uma maneira mais amena de ser feliz. Serve para pessoas de negócios que se atormentam e se enervam diante das circunstâncias aparentemente inalcançáveis. Serve para a dona de casa que vive preocupada e agitada com uma tremenda sensação de vazio. É para pessoas que se casaram várias vezes e não entendem o porquê de tantas separações e o constante descontentamento em cada relação. Para uma criança exasperada por contínuos excessos de raiva, mesmo que todos os desejos sejam satisfeitos, para aqueles que não conseguem deixar de beber ou de usar soporíferos, serve para os solitários que apesar de sentirem a dor da solidão, não suportam se relacionar com outras pessoas. Serve também para os deprimidos e para aqueles que não conseguem se realizar com e em coisa alguma.
  A natureza humana sofre muitas mudanças levando pessoas ao desespero.
  Isto é um processo lento e inevitável que ocorre no cérebro e faz com que as pessoas vivam acuadas e presas ao terror do passado. Este passado está depositado na lixeira abissal e que de forma inconsciente, como se escondendo algo, o ser humano tampona este depósito que entra em necrose, gerando as dores que se manifestam das mais diversas formas, chegando até o grito do corpo, em forma de doenças psicossomáticas.
  A Psicanálise apesar de ser considerada uma Ciência nova, tem contribuído extraordinariamente para tirar as pessoas de seus casulos emocionais através de processos que mostram a essas pessoas que gradualmente ocorreram mudanças bem profundas nas suas vidas, depois das sessões.
  Isto porque descobriram que a compreensão mais profunda desta força extraordinária denominada inconsciente, depois de descoberta pode trazer o verdadeiro equilíbrio para a vida.

BIOGRAFIA DE SIGMUND FREUD

  O pai de Freud, Jacob nasceu em 1815, em Tismênica, pequena cidade de 6.000 habitantes, na Galícia Oriental (Polônia) que na época era província do Império Austro-Húngaro. As gerações anteriores a ele chamavam-se Freide. Em algum momento houve, pois, uma mudança de nome. Sua mãe, Amalie Nathason, da mesma província, nasceu em 1835.
    O avô materno de Jacob era comerciante ambulante e costumava levar o neto em suas viagens, muitas delas a Freiberg, o que deve ter permitido a ele obter uma visão mais alargada do mundo, fora da cultura estritamente judaica. Já crescido, Jacob comerciava lã entre a Galícia e a Morávia. Foi de Tismênica que ele se mudou para Freiberg, onde Sigmund Freud veio a nascer.
 
 Aos 16 anos, em 1832, e ainda na primeira cidade, desposou Sally Kaner e com ela teve dois filhos: Emanuel, que nasceu em 1832 e Felipe, dado à luz em 1936. Sally faleceu em 1852, após o que Jacob parece ter vagado pela Europa e ter tido um breve casamento com uma moça por nome Rebeca da qual tem-se poucas notícias. Posteriormente (1855), casou-se outra vez, agora com Amalie (num terceiro matrimônio), a qual viria a ser mãe de Freud. Nesta época Jacob já era avô porque seu filho Emanuel já tivera o primeiro filho, John, nascido em 1854. Uma filha, Paulina, nasceria em 1856 e outra, Berta, em 1859. Freud já nasceu, então, como tio.
 
  Ele veio ao mundo às 18:30 h. do dia 6 de maio de 1856, uma terça feira, na pequena cidade rural de Freiberg, no nordeste da Morávia, próxima a Ostrau, onde voltou uma única vez, aos 16 anos. Freiberg- hoje Pribor, na Republica Tcheca - situava-se, então, no Império Austro-Húngaro. Quando de seu nascimento a Austro-Hungria era uma vasta extensão territorial e incluia parte o que hoje é a Hungria, parte do norte da Itália e parte da Iugoslávia. Freiberg era, então, parte desse império, que fica a 240km de Viena, cidade para a qual a família de Freud mudou-se em outubro de 1859, quando ele tinha pouco mais de três anos de idade, depois de passar alguns meses em Leipzig. Em Viena viveu sempre no Leopoldstadt (ou 2o. Distrito).
 
  Freud viveu na capital do Império quase toda a sua vida, só deixando a cidade em 1938, um ano antes de morrer, quando os alemães já entravam em Viena, por intervenção de William C. Bullitt, (embaixador dos Estados Unidos em Paris e, depois, em Berlin). Freud produziu seus trabalhos em língua alemã, que se falava então, (e se fala ainda), na Áustria, fato que motiva questões ligadas às traduções deles. Bruno Bethelheim, P-B Pontalis e outros,escreveram sobre o fato e mostraram que as nuanças de certas palavras alemãs nem sempre correspondem às empregadas pelos tradutores, falseando, muitas vezes, as idéias do autor. De fato, o idoma alemão é mais intimista do que outros, o inglês, por exemplo, mais técnico e pragmático.
 
  Viver em Viena não foi sem conseqüências. Em fins do século passado e início deste, a cidade disputava com Paris a liderança mundial no campo das ciências e das artes. O que significa dizer que lá estavam os luminares de então. Na medicina foram, quase todos, professores de Freud.
 
  Ele foi, então, o primeiro filho do terceiro casamento de seu pai, do qual nasceram sete outros irmãos, dos quais apenas ele e o caçula (dez anos mais novo), eram homens. O segundo, Julius, morreu quando Freud contava dezenove meses de idade. Seu sobrinho era um ano e meio mais velho que ele.
 
  Fiel à sua época, Freud referia-se à sua família como um livro do qual ele e o irmão, Alexander, constituíam a capa, a proteger as irmãs (Ana, Rosa, Marie, Adolphine e Paula). Quando nasceu, sua mãe tinha vinte e um anos e era, pois, muito mais nova que seu pai, já com quarenta.
 
  Muitos autores acham que esta peculiar constituição familiar agiu de modo altamente instigante para a mente da criança, contribuindo para as bases de sua personalidade e suas inquirições futuras.
 
  Seu pai era de posses modestas, tendo seus negócios entrado em crise o que forçou a mudança da família para Viena. Lá, ele continuou com as mesmas atividades, mas, provavelmente passou a receber ajuda de Emanuel e Felipe que a essa altura haviam mudado para Manchester (na Inglaterra), tornando-se relativamente prósperos.
 
  Freud parece ter sido um menino muito devotado ao estudo e à leitura. Durante sete anos foi o primeiro de sua turma e graduou-se no Gymnasium com louvor, aos 17 anos. Lia desde muito pequeno mas, sua aversão à música era proverbial. 
 
  Teve uma babá que o levava à missa católica mas, ele nunca formou uma convicção religiosa. Conservou, no entanto, hábitos judeus. Aos 30 anos de idade, seu pai presenteou-lhe com uma Bíblia, que ele parece ter lido com um marcante interesse científico. Em sua juventude era inclinado à especulação, que foi depois substituída por apaixonada defesa do empirismo e que retornaria ao fim da vida.
 
  Depois de considerar uma carreira na área de humanidades, estudou medicina, ingressando na Universidade de Viena em 1873, aos 17 anos e diplomando-se em 1881. Estes oito anos que passou na Faculdade de Medicina, quando o curso podia ser concluído em apenas cinco, não se deveram a que os dotes intelectuais do jovem fossem precários, (eram, aliás, excelentes), mas a seus divergentes interesses os quais o levaram a muitas atividades a que não estava obrigado, inclusive a aulas de filosofia, ministradas por Brentano.
 
  Segundo ele próprio, a decisão pela Medicina foi tomada ao ouvir uma conferência de Karl Brühl sobre o poema de Goethe, Da Natureza. Recém formado, em 1882 trabalhou como interno no Hospital Geral de Viena, passando por vários departamentos, mas suas inclinações iniciais nunca adormeceram de todo. Mais tarde diria: "Depois de 41 anos de atividade médica, meu auto-conhecimento me diz que nunca fui realmente um médico no sentido próprio. Tornei-me médico ao ser compelido a me desviar de meu propósito original; e o triunfo de minha vida consiste em eu ter, depois de uma longa e tortuosa jornada, encontrado o caminho de volta para minha trajetória inicial”. Desde cedo manifestara-se a verdadeira direção de seus interesses: "Em nenhum momento sentia uma inclinação especial pela carreira de médico e era movido, antes, por uma espécie de curiosidade dirigida para o gênero humano do que para os objetos naturais”.
 
  De 1876 a 1882 trabalhou com Ernst Brucke no laboratório de fisiologia deste, que abandonou somente após conselho do mestre e sob a premência de necessidades econômicas.
 
  No Hospital Geral de Viena no departamento de neuropatologia do Dr. Scholz acabou tornando-se excelente neurologista. Com 29 anos, em 1885 foi designado professor de neuropatologia. O cientista empírico parecia estar consagrado. No entanto, seus mais célebres trabalhos como analista referem-se à vida social e são especulativos.
 
  Formado, tentou continuar como pesquisador. Por cerca de dois anos trabalhou no laboratório de Brücke. Como estudante já dedicara-se à pesquisa fisiológica, sob a direção deste orientador.
 
  Necessidades econômicas levaram-no a aceitar o conselho para dedicar-se à clínica. Começou pela neurologia e interessou-se logo pela histeria, muito incidente e ainda misteriosa, à época.
 
  Entre outubro de 1885 e março de l886, estagiou durante 19 semanas no hospital de La Salpetiere, em Paris, onde aprendeu com Charcot que ela podia ser provocada e removida, bem como diferenciada de condições neurológicas por meio da hipnose (que não era tida em boa conta no meio científico de Viena). Visando aperfeiçoar-se na sugestão hipnótica, esteve uma segunda vez na França, em 1889, desta vez em Nancy, com Liebault e Bernheim, que a utilizavam para aquela finalidade.
 
  Em 25 de abril de 1886 abriu seu primeiro consultório (Rthausstrasse 7) e em setembro do mesmo ano casou-se com Marta Bernays, de Hamburg. Teve uma vida conjugal feliz da qual resultaram seis filhos. [Mathilde (1887), Jean Martin (1889), Oliver (1891), Ernst (1892), Sophie (1893) e Ana (1895)], dos quais só a última seguiu-lhe os passos.
 
  Até 1891 morou com a família na Maria Theresienstrasse, 8. A partir dai residiu no famoso endereço da Bergasse19, no 9o. Distrito de Viena, de onde só sairia em 1938, para Londres, pressionado pelos nazistas. Morreu a 23 de setembro de 1939, em Maresfield Gardem 20, em Londres.



quinta-feira, 20 de setembro de 2012

BEHAVIORISMO (JOHN WATSON)

      John B. Watson é o americano que iniciou o termo behaviorismo. Ele tem origem no inglês behavior e significa comportamento. O primeiro artigo que tinha esse termo foi feito por John em 1913, com o titulo de “Psicologia: como os behavioristas a veem”. Podemos denominar behaviorismo também de Comportamentalismo, Teoria Comportamental, Análise Experimental do Comportamento, Análise do Comportamento. Ele acreditava que o comportamento era objeto da Psicologia. Desta forma, deu a esta ciência a consistência que os psicólogos da época precisavam, pois buscavam um objeto observável que pudessem usar em experiências de diferentes condições e sujeitos. Depois dessas características a Psicologia se tornou uma ciência. Watson queria que a Psicologia fosse criada sem alma e sem mente, que tivesse competência de prever e controlar. A ciência tinha que ser livre de conceitos mentalistas e de métodos subjetivos. Ele acreditava também que o comportamento tinha que ser visto como função de certas variáveis do meio, esse pensamento é a perspectiva funcionalista.

INTERAÇÃO ENTRE O INDIVIDUO E O AMBIENTE


        Os termos respostas e estimulações foram estabelecidos devido a duas razões: na razão metodológica os analistas usaram um método analítico e experimental, com isso dividiram o objeto para investigar, resultando em unidades de análise; a razão histórica se refere a termos escolhidos e popularizados. Entendia-se que o comportamento era formado pela interação individuo - ambiente e o homem passou a ser estudado a partir dessa interação como produto e produtor. Depois de Watson outro behaviorista obteve destaque, B.F.Skinner. Ele teve influência em alguns locais aonde prevalecia a Psicologia americana, inclusive no Brasil.

SKINNER


     Através da análise experimental do comportamento ele criou um termo conhecido como Behaviorismo Radical. A base de sua teoria está na formulação do comportamento operante.

COMPORTAMENTO RESPONDENTE


      O Comportamento respondente também pode ser chamado de “não voluntário”, que inclui as respostas produzidas por estímulos antecedentes do ambiente, ou seja, as interações, estímulo-resposta ou ambiente- sujeito, incondicionadas que produzem certas respostas do organismo que independem de aprendizagem. Outras interações são provocadas por estímulos que, na origem, não produziam respostas em determinado organismo. Desta forma se esses estímulos forem temporariamente pareados com estímulos produtores, em certas ocasiões, poderão produzir respostas semelhantes às destes. Essas novas interações são chamadas de reflexos, que devido à história do pareamento levou o organismo a responder estímulos que não eram respondidos. Em Harvard, Skinner começou os estudos pelo comportamento respondente, que se tornou o fundamento da descrição entre as interações individuo - ambiente. Depois disso ele passou a teorizar outra relação, o comportamento operante.

COMPORTAMENTO OPERANTE


            No comportamento operante, a atitude do indivíduo gera conseqüência ao mundo que o rodeia. Assim, esta atitude é inerente ao ser humano desde bebê, variando de acordo com o desenvolvimento do indivíduo, ou seja, o bebê, balbucia, agarra objetos; o adulto escreve uma carta, chama um taxi fazendo gesto de mão, toca um instrumento, etc.
Para melhor entendimento foram realizados experimentos chamados de leis comportamentais. Como exemplo, um ratinho foi colocado na caixa de Skinner, isto é, um recipiente fechado no qual se encontrava apenas uma barra que ao ser pressionada acionava um mecanismo, escondido, que liberava uma gotinha de água, conduzida à caixa através de uma pequena haste. A experiência se destinava a saber como o ratinho conseguiria acionar o mecanismo e obter água. Para tanto, o animal foi deixado com sede e em determinado momento quando circulava no interior da caixa, pressionou a barra acidentalmente, liberando a água que foi consumida, restando constatado que em situação repetida a probabilidade do ratinho pressionar novamente a barra era alta. Nesta hipótese a aprendizagem do comportamento está na relação entre uma ação e seu efeito, ou seja, ação do organismo sobre o meio para fins de satisfazer uma necessidade.

REPRESENTAÇÃO DO COMPORTAMENTO OPERANTE


       Este comportamento operante é assim representado: R®S, em que R é a resposta (pressionar a barra) e S (do inglês stimuli) o estímulo reforçador (a água) que tanto interessa ao organismo; a flecha significa “levar a”.O estímulo reforçador se chama reforço.
O comportamento operante se refere à interação sujeito-ambiente, interação esta que se chama relação fundamental, ou seja, relação entre a ação do indivíduo e as consequências, o que vale dizer, agimos ou operamos sobre o mundo em função das conseqüências da resposta que são as variáveis de controle mais relevantes. Como exemplo podemos citar o fato de uma pessoa dançar com outra para está próximo do corpo, mexer com uma garota para receber seu olhar, abrir uma janela para entrar a luz. O reforço é toda conseqüência que altera a probabilidade futura de ocorrência da resposta desejada.


REFORÇO POSITIVO E REFORÇO NEGATIVO


      Desta forma, temos o reforço positivo que é todo evento que aumenta a probabilidade futura de resposta que o produz e o reforço negativo que é todo evento que aumenta a probabilidade futura da resposta que o remove ou atenua. Tomando o exemplo anterior da “caixa de Skinner”, o ratinho ao ser nela colocado recebe choques do assoalho e ao se esquivar dos mesmos pressiona, acidentalmente, a barra e os choques param. Desta forma, o ratinho pressionará a barra com mais frequência para terminar com os choques, o que se chama reforço negativo, ou seja, fortalecimento da ação de pressionar a barra para evitar um evento indesejado, o choque. O reforço positivo, na “caixa de Skinner”, é o oferecimento de alguma coisa agradável ao organismo, ou seja, a liberação da gota de água quando o ratinho pressionava a barra. Existem, ainda, os chamados reforços primários que são para toda uma espécie, a exemplo da água, alimento e afeto; reforços secundários que só têm função quando pareados temporariamente com os primários, mas, quando emparelhados com muitos outros se tornam reforços generalizados como o dinheiro e a aprovação social.

REFORÇO NEGATIVO E A ESQUIVA E A FUGA


          Dois processos se destacam no reforço negativo, a esquiva e a fuga. Na esquiva o indivíduo adota um comportamento para prevenir a ocorrência ou reduzir a magnitude do segundo estímulo que também é aversivo. Assim, por exemplo, quando escutamos o chiado que precede ao estouro de rojões, tapamos os ouvidos para evitar ou reduzir o barulho do estouro dos mesmos; quando ouvimos o barulho do “motorzinho” usado pelo dentista sabemos que este barulho precede a dor de dente e, conseqüentemente, desviamos o rosto da broca. Desta forma, a esquiva se caracteriza pelo reforço negativo condicionado (aprendido) e a ação que o reduz é reforçada pelo condicionamento operante.
O segundo processo é a fuga, quando não se evita o estímulo aversivo, mas se foge dele depois de iniciado. Ocorre quando, por exemplo, os rojões começam a estourar e só depois o indivíduo apresenta comportamento para evitar o barulho que incomoda, fechando a porta, indo embora ou tapando os ouvidos. Extinção é um dos processos formulados a partir da análise experimental do comportamento. Esse processo acontece quando a resposta passa a não ser mais emitida. Desta forma, o tempo para essa resposta parar de ser emitida dependerá da história em que ela se envolve, pois primeiramente a freqüência da resposta será diminuída e com possibilidades de ser extinta.




PUNIÇÃO

         Punição é um procedimento que consiste na conseqüência de uma resposta originada por um estímulo aversivo, ou seja, quando existe uma punição a um comportamento inadequado. Dados de pesquisas apontam que esse comportamento só vai ter uma punição definitiva, quando esse ato punitivo for extremamente intenso, pois punir ações só vai ser eficiente de forma temporária e não vão alterar os motivos que levaram a esse comportamento.
Devido varias reivindicações, inclusive de Skinner, os behavioristas decidiram debater esse assunto e acabaram substituindo as práticas punitivas por práticas desejáveis. Esse procedimento pode ser aplicado em qualquer local, inclusive no cotidiano ou em qualquer lugar em que se tenha a intenção de ter comportamentos desejáveis. O ambiente exerce um controle sobre nós. Existem varias discussões acerca desse controle, devido ao grau de extensão dele, mas, todos sabem que existe um controle. Desta forma, se a freqüência ou a forma da resposta for diferente sob estímulo diferente, fala-se que o comportamento está regulado pelo controle de estímulos.

Existem dois processos que se deve destacar:

Discriminação – acontece quando o estímulo é discriminado para uma determinada situação, ou seja, os humanos são capazes de discriminar e perceber diferentes estímulos e se comportar de maneira diferente dependendo de cada situação.
Generalização – a generalização depende de elementos que sejam comuns entre dois ou mais estímulos, ou seja, respondemos de forma semelhante a estímulos que são percebidos como semelhantes.
A generalização quando as pessoas aprendem regras e normas sociais, é fundamental para ajudar no comportamento em diferentes situações do meio social.  
O behaviorismo é utilizado em métodos de ensino, controle e ordenamento de diversas situações na aprendizagem e ajuda na formação de uma tecnologia de ensino. Outras áreas além da Educação são utilizadas como: treinamento de empresas, a clínica psicológica publicidade, etc. No Brasil a área que mais se utiliza é a clínica. Os ensinamentos dessa análise comportamental levam as pessoas a entenderem seus comportamentos e caso seja necessário faz com que elas mudem eles.

O QUE É O REFLEXO CONDICIONADO

          No termino do século XIX e no início do século XX, um fisiologista russo chamado Ivan Pavlov (1849-1936), ao estudar a fisiologia do sistema gastrointestinal, fez uma das grandes descobertas científicas da atualidade: o reflexo condicionado. Foi uma das primeiras abordagens realmente objetivas e científicas ao estudo da aprendizagem, principalmente porque forneceu um modelo que podia ser verificado e explorado de inúmeras maneiras, usando a metodologia da fisiologia. Pavlov inaugurava, assim, a psicologia científica, acoplando-a à neurofisiologia. Por seus trabalhos, recebeu o prêmio Nobel concedido na área de Medicina e Fisiologia em 1904. 
        A experiência clássica de Pavlov é aquela do cão, a campainha e a salivação à vista de um pedaço de carne. Sempre que apresentamos ao cão um pedaço de carne, a visão da carne e sua olfação provocam salivação no animal. Se tocarmos uma campainha, qual o efeito sobre o animal? uma reação de orientação. Ele simplesmente olha, vira a cabeça para ver de onde vem aquele estímulo sonoro. Se tocarmos a campainha e em seguida mostrarmos a carne, dando-a ao cão, e fizermos isso repetidamente, depois de certo número de vezes o simples tocar da campainha provoca salivação no animal, preparando o seu aparelho digestivo para receber a carne. A campainha torna-se um sinal da carne que virá depois. Todo o organismo do animal reage como se a carne já estivesse presente, com salivação, secreção digestiva, motricidade digestiva etc. Um estímulo que nada tem a ver com a alimentação, meramente sonoro, passa a ser capaz de provocar modificações digestivas.

  Para que surja um reflexo condicionado é preciso que existam certas condições:

1-Coexistência no tempo, várias vezes repetida, entre o agente indiferente e o estímulo incondicionado (no caso, o som da campainha e a apresentação da carne);
2-O agente indiferente deve preceder em pouco tempo o estímulo incondicionado. Se dermos a carne primeiro e tocarmos a campainha depois, a reação condicionada não se estabelece;
3-Inexistência naquele momento de outros estímulos que possam provocar inibição de causa externa. Se simultaneamente damos uma chicotada no animal ou lhe jogamos água gelada, provocamos inibição, desencadeando reação de defesa no animal;
4-Para que o reflexo condicionado se mantenha, é necessário que periodicamente o reforcemos. Uma vez que o reflexo se formou, o mero som da campainha substitui a apresentação da carne. Mas, se tocarmos repetidamente a campainha e não mais apresentarmos a carne, depois de um certo número de vezes o animal deixa de reagir com salivação e secreção digestiva.

Como Funciona o Reflexo Condicionado

Estímulo -------> Resposta
Estímulo Indiferente + Estímulo Incondicionado (apresentação da carne) ---------> Resposta Incondicionada

Estímulo Indiferente --------> Resposta Condicionada

  Explicando melhor: um estímulo indiferente, combinado com um estímulo capaz de ativar um reflexo incondicionado, gera uma resposta incondicionada e, depois de algum tempo, o estímulo indiferente, por si só, é capaz de provocar resposta que pode, então, ser considerada como condicionada. Esses estímulos indiferentes podem vir tanto do meio externo (estímulos sonoros, luminosos, olfativos, táteis, térmicos) como do meio interno (vísceras, ossos, articulações).

  As respostas condicionadas podem ser motoras, secretoras ou neurovegetativas. Podem, pois, ser condicionadas reações voluntárias ou reações vegetativas involuntárias. Podemos fazer com que respostas involuntárias apareçam de acordo com a nossa vontade, se usarmos o condicionamento adequado. As respostas condicionadas podem ser excitadoras (com aumento de função) ou inibidoras (com diminuição de função). Existem diversos exemplos de como se pode modificar, através do condicionamento, a fisiologia do animal e do ser humano. Citaremos apenas alguns, para, a partir deles, procurar compreender o que poderia ocorrer no momento do efeito placebo.

  A Modificação da Fisiologia Através do Condicionamento

  Pavlov e seus seguidores logo perceberam que o condicionamento era muito poderoso no sentido de alterar funções orgânicas. Diversos experimentos comprovaram isso, e abriram um enorme campo de estudos, com muitas conseqüências para a aplicação clínica em seres humanos. Por exemplo, coloca-se uma sonda retal em um cão e faz-se um enema salino (injeção de água salgada). A presença daquele soluto dentro do intestino provoca, ao fim de algum tempo, aumento da diurese (excreção renal de água) para restabelecer o equilíbrio hidroeletrolítico. Depois de algumas sessões de administração de enema salino através da sonda retal, a mera introdução da sonda retal, sem enema, também provoca aumento da diurese.  Da mesma maneira, se antes de aplicar injeção de insulina em um cão, faz-se com que ele ouça sempre um assobio, a hipoglicemia que surge em decorrência da ação da insulina passará a surgir, depois de algum tempo, pela simples audição do assobio. O metabolismo do animal alterou-se, passando a responder com hipoglicemia a um estímulo sonoro que nada tem a ver, em condições normais, com o metabolismo dos glicídios.

   O Sistema Nervoso Central e os Reflexos Condicionados

  Finalmente, através do que ficou conhecido como a "Teoria Pavloviana da Atividade Nervosa Superior", Pavlov e seus discípulos foram os primeiros pesquisadores a integrar os estudos da psicologia do aprendizado com a análise experimental da função cerebral. Eles mostraram que os reflexos condicionados se originam no córtex cerebral, o qual, segundo as palavras de Pavlov, "é o distribuidor primário e organizador de todas as atividades do organismo". Ao longo de vários anos, ele e seus discípulos chegaram às leis básicas que governam a operação do córtex cerebral no aprendizado condicionado.
 

OS EXPERIMENTOS DE SKINNER E O CONDICIONAMENTO OPERANTE

        Frederic Burrhus Skinner (1904-1990) foi um dos mais influentes e controvertidos psicólogos americanos, tendo proporcionado um desenvolvimento sem precedentes na escola do Behaviorismo. Suas contribuições para a Psicologia ainda possuem uma influência significativa ainda nos dias de hoje.  É influenciado pela teoria dos reflexos condicionados de Ivan Pavlov e pelas ideias de John B. Watson sobre a teoria do reforço positivo e negativo do behaviorismo. Em 1938 escreve The Behaviour of Organisms. Torna-se professor da Universidade de Indiana entre 1945 e 1948.   Skinner desenvolveu, de forma exaustiva, uma lei proposta na virada do século passado por outro psicólogo, Edward Thorndike. Tal lei ficou conhecida como “A lei do Efeito” e preconiza que todo comportamento recompensado tem uma maior probabilidade de ser recorrente. Usando a lei de Thorndike como ponto de partida, Skinner desenvolveu uma “Tecnologia do Comportamento”, que lhe permitiu ensinar a animais, como pombos, a terem comportamentos estranhos à sua espécie.  Nos seus estudos pioneiros utilizando ratos, ele desenvolveu um interessante aparato, usado até hoje, chamado “Caixa de Skinner”.














A CAIXA DE SKINNER

        Tal aparato é uma câmara à prova de som, que possui mecanismo para fornecimento de recompensas ou punições. Podemos ver na figura abaixo este famoso psicólogo, ao lado de sua “Caixa”. Mais do que ensinar truques interessantes a ratos e pombos, Skinner e seus colaboradores pesquisaram, de forma precisa e objetiva, as condições para que haja um aprendizado duradouro e eficiente.

 Realizou uma experiência com ratos:
1º Deixa o animal 24h sem alimento e água;
2º Coloca numa caixa especial chamada de Caixa de Skinner, onde tem uma alavanca e ensina o animal a apertar a alavanca, pois só assim ele pode obter a refeição;
3º Após observar que ele já sabe perfeitamente como obter alimento, deve ensiná-lo que só receberá alimento se não apertar a alavanca.
        Com essa experiência, ele condicionou o animal para ele obter algo desejado. Depois ele “descondicionou”, ou seja, anulou os efeitos de um condicionamento do animal. Nos humanos essa experiência é compatível quando viajamos e chegamos a outro lugar o qual nunca tivemos antes e procuramos um lugar para comer, caso encontrando e dando tudo certo a cada vez que repetimos esta viagem já sabemos um lugar para irmos quando estivermos com fome.Nas propagandas de grandes marcas vemos muito isso como, por exemplo, ao comprarmos um produto muitas lojas nos dão algo que nos traga felicidade como prêmios de viagens, de casas, de carros, de dinheiro, entre outros. Assim, nós consumidores ficamos condicionados a sempre comprar naquela mesma loja o mesmo produto para poder atingir aquela felicidade de ganhar algo valioso pela compra feita.